sexta-feira, 11 de setembro de 2009

HISTÓRIAS DO ROCK NACIONAL | 5

historias450[8]Cenas dos Arte & Ofício, contadas por Sérgio Castro

Não deixa de ser curioso constatar que em 1978 o máxi -single ‘Come Hear The Band’ (um 12” em 45 RPM) vendeu 4 mil cópias num mês, foi top de vendas em Portugal (qualquer banda internacional vendia menos que nós, por essas alturas) e foi Hit Pick n.º 1 da revista americana Bilboard. Sei por outro lado que a editora dos primeiros quatro discos dos A&O, não só já não têm os direitos sobre a obra, como nem sequer sabe onde ela pára.

Sem me alongar em exposições, recordo quando tocámos na zona de Castelo Branco e nos interromperam sistematicamente o concerto com uma tômbola. Como tínhamos comido muitíssimo bem e bebido melhor, quando nos apercebemos que era tradição da terra, acabámos numa amena conversa em público com o responsável da tômbola – ele com com os seus altifalantes/corneta e nós com o sistema de PA. Algo realmente “sui generis”. Outra vez, só não recordo se foi na Guarda, na Covilhã ou noutra cidade beirã, chegamos para tocar num concerto em que também tocavam os Tantra e não havia nem palco nem promotor, só o pavilhão. Este tinha desaparecido com o dinheiro já angariado com a venda antecipada das entradas. Eu, o Fernando Nascimento e o Garcez, apanhámos o tipo escondido numa discoteca próxima e, apesar de ter sacado de pistola, o indivíduo acabou manietado e nós com a pasta da ‘pasta’. Como não havia palco, muita gente já tinha pago e havia ainda mais para assistir ao concerto, decidimos, conjuntamente com os elementos dos Tantra, levar o concerto para diante e dividir o ‘cacau’. Obviamente montamos tudo no chão e num tempo recorde. E afinal creio que o concerto nem saiu nada mal. Seguramente há muitas mais e mais divertidas.

Aristides Duarte | www.rockemportugal.blogspot.com

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