terça-feira, 18 de dezembro de 2007

Opinião | As sombras monumentais

Li uma noticia há uns dias de que a indústria discográfica tinha sido ferida de morte com a iniciativa que os Radiohead tiveram aquando do lançamentodo seu novo disco, “In Rainbows”. Alguém que conheça um pouco do que tem vindo acontecer com a dita indústria percebe que há mais gente a chorar-se por não enriquecer às custas de meia dúzia de artistas que se rasgam no asfalto expondo o coração às mais duras e frias criticas de um mercado que quer ser de entretenimento. Pois o vosso tempo, dos anos dourados em que choviam milhares para alimentar a máquina que fazia de produtores e gestores milionários, acabou! Percebo no fundo o drama destas pessoas, fizeram aquilo toda a vida, no fundo deveria haver uma pequena percentagem que realmente se preocupasse com o trabalho do artista mas não sei, é como com a lei do tabaco, por uns pagam todos. Ora, como eu sou um eterno optimista (pelo menos nas alturas em que não sou pessimista), tudo isto só pode mudar! Finalmente percebeu-se que o disco é quase exclusivamente uma arma promocional (tendo em conta o preço a que se vende, óbvio) e tudo isso serve para que os concertos e os espéctaculos ao vivo sejam alimentados de uma forma mais consistente, a exposição resultará melhor, obviamente, e os artistas terão capacidade de chegar a mais gente. Não vejo o mp3 como uma tragédia mas sim como uma evolução natural. Se é bem mais acessível para um artista gravar um disco ou algumas músicas no seu pc, porque não ser depois mais acessível pôr tudo a circular? Tirem proveito disso! Não se queixem!

Queremos é ver mais bandas a sério, tanto em Portugal como pelo mundo fora.

Texto: Davide Lobão

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