quinta-feira, 25 de junho de 2009

ENTREVISTA | Carlos Matos - Rockspot

Amanhã começa mais uma edição - a sexta - do Festival Rockspot, que como sempre, acontece na Bajouca, concelho de Leiria. Serão dois dias de muito rock, com grandes nomes da actual cena musical nacional. De salientar e valorizar que metade da receita feita na bilheteira, será revertida automaticamente para a APPC – Associação Portuguesa de Paralisia Cerebral. Por tudo isto, o Rockspot tem o apoio incondicional da HEADZUM e d’ O MARSUPILAMI. Para ficarmos a saber um pouco mais do que vai acontecer amanhã e sábado, dia 26 e 27 de Junho respectivamente, a HEADZUM falou com Carlos Matos, Director de Comunicação do Rockspot 2009.

Antes de mais, como e quando surgiu a ideia de criar o Rockspot?

O Rockspot surgiu em 2004 movido pela vontade de um grupo de pessoas que quis colocar a Bajouca na rota do rock conferindo-lhe, ao mesmo tempo, uma vertente solidária

Quem está por detrás deste projecto?

O Rockspot é um projecto do GAU – Grupo Alegre e Unido da Bajouca, organizado e gerido por um conjunto de voluntários não remunerados pertencentes a esta associação e por outras pessoas que, não pertencendo propriamente ao GAU, vestem a camisola do grupo como se a ele tivessem sempre pertencido!

Para quem ainda não conhece, em que se baseia o Rockspot? Como defines e qual o objectivo do festival?

O Rockspot é, antes de mais, um grande evento de solidariedade, pois todos os anos faz reverter parte das suas receitas a favor da delegação de Leiria da APPC – Associação Portuguesa de Paralisia Cerebral. Este ano, pela primeira vez, vamos ter um bilhete diário com o valor simbólico de 2 (dois!!!) euros (1 euro reverte automaticamente para a APPC). Nos anos anteriores não havia cobrança de bilhetes e a receita fazia-se através do “comes-e-bebes”… Portanto a solidariedade social é a sua grande marca e, consequentemente, o seu maior objectivo.

Esta é já a 6ª edição do Rockspot. Têm sentido dificuldades em levar este projecto avante? Com que tipo de apoios têm contado?

As dificuldades com que nos deparamos são as dificuldades inerentes a qualquer evento desta natureza. A equipa que o organiza começa a planificar e a trabalhar com 8 meses de antecedência e é tudo minuciosamente estudado, ponderado, e decidido em reuniões semanais. Os apoios que temos são sobretudo dos agentes sócio-económicos locais que têm compreendido o nosso projecto e o têm apoiado mediante as possibilidades de cada um. Já os apoios institucionais, apesar da bandeira que hasteamos, são praticamente residuais se tivermos em conta o peso e o encargo de uma produção desta envergadura.

Como tem sido a adesão do público nas edições anteriores? E, quantas pessoas esperam este ano?

A adesão tem sido cada vez maior. Esse crescendo é proporcional à qualidade do cartaz de ano para ano. Este ano esperamos entre cinco a seis mil visitantes por dia!

Para quem ainda não sabe quem vai tocar e o que vai acontecer no Rockspot?

No primeiro dia, sexta 26 de Junho, actuam os Shake Shake And Show Me Your Pussy, os The Dixie Boys, os Green Machine e os luso-britânicos Tiguana Bibles. No sábado, dia 27, será a vez dos The TiMaria, dos Sizo, dos If Lucy Fell e de Slimmy. Durante o evento há uma série de actividades lúdicas com particular destaque para o “comes-e-bebes” recheado de iguarias tradicionais, como o porco no espeto ou o borrego à bajoquense (só para deixar água na boca…)

Têm apostado essencialmente em bandas portuguesas. Essa aposta, é para continuar?

No ano passado demos um passo rumo à internacionalização, mas não vivemos obcecados com isso. Portugal tem excelentes bandas e só contrataremos uma banda estrangeira se a oferta for apelativa do ponto de vista financeiro e se se justificar estética e qualitativamente. Infelizmente e paradoxalmente, há muitas bandas portuguesas muitíssimo mais caras que algumas bandas estrangeira de nome! Essas bandas têm que pensar que Portugal não é só câmaras municipais e semanas académicas…

Qual é a vossa opinião em relação ao actual panorama musical nacional?

Vivemos, de há uns anos a esta parte, um claro fervilhar criativo a nível nacional. O difícil mesmo é fazer uma triagem. Normalmente optamos pelas bandas que nos dão garantias de qualidade e na sua eventual potencialidade de mobilização de melómanos! Afinal, não nos podemos esquecer de que queremos público! Felizmente que esta zona do país está cheia de malta atenta ao movimento musical, o que nos permite apostar em nomes supostamente menos óbvios. Mas esse é também a outra imagem de marca do Rockspot e, ao mesmo tempo, um verdadeiro desafio para os seus consultores programáticos…

Uma mensagem para quem está a pensar ir até à Bajouca e assistir ao Rockspot?

Pensem só numa coisa: Pagam 2 euros, divertem-se, dançam, ouvem boa música (tudo com palco, som e luz altamente profissionais) e ainda ajudam quem tanto precisa! Não é por acaso que a nossa bandeira ostenta este mote: “Vamos ajudar as crianças especiais com notas musicais!”

Para o ano, vamos continuar a ter o RockSpot?

Só uma hecatombe na edição deste ano ditaria um final abrupto e precipitado do Rockspot. Confesso que esse é um cenário que não nos passa pela cabeça! Para o ano cá estaremos de novo!

www.rockspot.pt

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